Psicanálise é o nome dado à teoria da mente desenvolvida originalmente por Sigmund Freud, uma teoria que teve e continua a ter um grande impacto na vida cultural e intelectual. Embora tenham ocorrido consideráveis desenvolvimentos na teoria e na prática da psicanálise desde os dias de Freud, certas ideias chave conservaram o seu lugar e vitalidade na teoria.
Como método de ajuda psicológica, a psicanálise baseia-se na teoria de que os primeiros relacionamentos, as experiências precoces da infância de amor, perda, sexualidade e morte, todos estabelecem padrões na mente que se organizam como ‘modelos’ inconscientes que têm duradouros efeitos no funcionamento psicológico e são a fonte de conflitos que podem bloquear o desenvolvimento. A psicanálise oferece um quadro dentro do qual estes padrões inconscientes podem ser trazidos à consciência, criando a possibilidade de o paciente ser entendido a um nível profundo e de assim reconhecer as forças inconscientes que moldam a sua vida e criam perturbações repetitivas ou relações vazias.
Num maior ou menor grau, todas as pessoas são afectadas por conflitos e relações arcaicas inconscientes profundamente arreigadas e a psicanálise pode ajudá-las a libertar-se e a viver as suas vidas de uma forma mais rica e mais gratificante.
A Psicanálise Como Disciplina Clínica
Uma das grandes invenções de Freud no campo da compreensão da vida mental foi o da associação livre ao convidar os seus pacientes a falar livremente enquanto ele escutava. Este convite aparentemente simples é ainda hoje a base do método psicanalítico. A tarefa do psicanalista é, não só, ouvir atentamente o paciente, mas também tentar entender, a partir do que está sendo comunicado verbal e não verbalmente, quais os conflitos emocionais subjacentes. Comunicar este entendimento através da interpretação tem como objectivo ajudar o paciente a conhecer e a elaborar os seus estados emocionais e conflitos internos e, assim, a ter alívio e enriquecimento na sua vida pessoal afectiva e intelectual.
A psicanálise é procurada por pessoas de todos os quadrantes sócio culturais por diferentes motivos. Uns porque se sentem preocupados ou geralmente deprimidos; outros por se sentirem insatisfeitos ou sem rumo na sua vida profissional e/ou social; outros incapazes de construir relações pessoais afectivas ou sexuais satisfatórias, muitas vezes envolvendo um padrão relacional repetitivo; outros, ainda, por considerarem que sua vida não tem significado relevante.
Os aspectos físicos do “quadro analítico”, isto é, as sessões regulares, o uso do divã e o papel essencial da associação livre (dizer tudo o que aparece na mente), são importantes para estabelecer o tratamento. A instituição deste quadro seguro, confiável e previsível, garantido pelo psicanalista, é muito importante pois dá uma estrutura continente tanto para o paciente como para o analista, tornando assim possível a ambos a exploração do mundo interno do paciente.