A FORMAÇÃO DO PSICANALISTA
Objectivos da formação
O Instituto de Formação dá aos candidatos a compreensão fundamental da teoria e da prática psicanalítica para adquirirem a capacidade de se tornarem psicanalistas. Tornar-se psicanalista requer não só a aplicação de todo um corpo de conhecimento teórico no tratamento de pacientes mas também o desenvolvimento de uma maturidade emocional e de uma atitude de curiosidade e crítica em relação a esse conhecimento. Isto é conseguido através de um processo de formação tripartida: uma análise didáctica pessoal; seminários teóricos e clínicos; e o tratamento psicanalítico supervisionado de dois pacientes a um ritmo de quatro vezes por semana.
A formação do analista baseia-se nos critérios da IPA. O candidato deve ter uma formação universitária em psicologia ou medicina. Quando completar a formação no NPP e depois da sua validação, o candidato passará a membro associado e será imediatamente reconhecido como tal pela International Psychoanalytical Association (IPA).
O INSTITUTO DE FORMAÇÃO DO NPP
Componentes da formação
Há três invariantes fundamentais que permanecem desde o início da fundação das primeiras estruturas de formação:
- Análise didáctica pessoal
- Seminários teóricos e clínicos
- Psicanálise supervisionada de dois pacientes
A formação no NPP organiza-se segundo certos critérios:
Uma psicanálise didáctica com um analista didacta do NPP – por um período indeterminado mas não inferior à duração dos seminários e supervisões – a uma frequência de quatro vezes por semana para permitir uma imersão profunda no processo analítico.
O seguimento de duas análises, supervisionadas por analistas didactas reconhecidos pelo NPP e pela IPA.
O trabalho de supervisão de um primeiro paciente do candidato começa geralmente no segundo ano de formação. O segundo caso pode começar um ano depois dependendo dos relatórios satisfatórios do primeiro supervisor. As análises em supervisão dos candidatos realizam-se 4 vezes por semana durante 45 minutos. Os casos devem ser supervisionados semanalmente durante pelo menos dois anos e só depois o candidato pode pedir para se tornar psicanalista. Os candidatos devem continuar o tratamento dos pacientes até estes terminarem a análise.
Participação em seminários teóricos e clínicos, orientados por membros do NPP e psicanalistas estrangeiros reconhecidos pela IPA, durante quatro anos lectivos.
Os seminários realizam-se quinzenalmente aos fins de semana para permitir a participação de candidatos de fora de Lisboa.
O curriculum do Instituto de Formação propicia um estudo intensivo da teoria e da prática da Psicanálise. Os seminários têm como objetivo ensinar e facilitar o desenvolvimento de aptidões terapêuticas e, de modo especial, habilitar o candidato a posicionar-se num envolvimento crítico com a teoria subjacente à prática clínica.
Os primeiros anos dos seminários teóricos consistem no estudo das obras de Freud e das teorias psicanalíticas do desenvolvimento humano.
Desde o segundo ano até à qualificação, os candidatos frequentam seminários clínicos nos quais apresentam material clínico dos seus casos e discutem o seu trabalho psicanalítico com os colegas e com psicanalistas seniores
A mais-valia do corpo docente do NPP é a sua experiência e o facto de a formação ser desenhada a partir de um espectro de diversos pontos de vista teóricos, com psicanalistas não só portugueses, mas vindos de várias e conceituadas sociedades psicanalíticas de Espanha, Inglaterra, Itália, França, entre outras.
Como tornar-se candidato
A admissão baseia-se na capacidade de realização e de desenvolvimento das aptidões necessárias ao exercício da psicanálise. Os candidatos são elegíveis se tiverem um diploma universitário (licenciatura em Psicologia ou Medicina), uma formação teórica e prática clínica em psicopatologia e uma personalidade adequada.
Procedimentos
Quando a sua análise pessoal estiver suficientemente avançada (mínimo de 2 anos), o analisando interessado pode solicitar um pedido de formação ao NPP por uma carta escrita dirigida ao seu presidente, juntando um curriculum vitae e as razões pessoais do seu desejo. Ele será então entrevistado por três membros didactas. Depois de deliberações a comissão de admissão transmitirá a decisão ao candidato por uma carta escrita. No caso de ser admitido, pode começar a actividade formativa do Instituto, comprometendo-se por escrito a não se qualificar como psicanalista do NPP até se tornar membro associado.
Logo que seja aceite para a formação, ser-lhe-ão entregues os estatutos e o código de ética do NPP, os quais ficará obrigado a respeitar.
Quem não for admitido poderá repetir o pedido apenas passado um ano e não mais que uma vez.
A comissão de avaliação pode decidir que o interessado precisa de mais tempo de análise antes de começar a formação no Instituto.
Custo da formação
O custo principal da formação é o custo da análise didáctica; o preço é acordado de forma individual entre o candidato e seu analista didacta.
As supervisões realizam-se desde o segundo ano até, pelo menos, ao fim do curso do Instituto de Formação. Realizam-se uma vez por semana (para cada caso) e o preço das supervisões é acordado com cada um dos supervisores.
Logo que comece a frequentar o Instituto de Formação, o candidato deverá pagar os seminários no montante de 600 euros por ano lectivo.
Programa de formação
A formação psicanalítica do NPP segue o modelo preconizado pela IPA e é feita na sede do Instituto de Formação que se situa na Rua Domingos Sequeira nº 27, 2ºJ, 1350-119 Lisboa.
A formação é feita por analistas didactas e titulares do NPP e por reconhecidos membros de outras sociedades europeias pertencentes à IPA. Consiste em 4 anos de seminários teórico-clínicos, avaliação prático-clínica, supervisões, participação em reuniões científicas, num total de cerca de 300 horas por ano lectivo.
- O ensino teórico e teórico-clínico consiste em seminários sobre:
Teorias psicanalíticas do desenvolvimento humano;
Psicopatologia e diagnóstico clínico do ponto de vista psicanalítico;
História da psicanálise e da sua evolução, através do estudo dos seus principais autores, desde Freud até aos mais recentes;
Teoria psicanalítica do funcionamento mental, teoria da técnica psicanalítica e das suas aplicações - A formação prático-clínica consiste:
Na análise didáctica
Na supervisão individual de casos em análise
Nos seminários clínicos